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sábado, 31 de março de 2012

LEI É LEI, CLASSE É CLASSE!

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ALESP, aprovou na última terça-feira, 27, aprovou projeto de lei 687/2011 que muda a legislação que regulamenta a regularização de terras públicas, não se espante e acredite, invadidas por fazendeiros na região do Pontal do Paranapanema. Tal região é conhecida pelos constantes conflitos entre fazendeiros e trabalhadores sem terra.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que muitos acham um bom moço, que a Igreja católica pensa que é beato enviou tal projeto pra a ALESP com o objetivo de vender as terras devolutas, ou seja, terras que nunca tiveram proprietários privados, para os fazendeiros que invadiram as terras do Estado. - Quem disse que o crime não compensa?
A expansão do agronegócio no estado chegou à região, invadindo as terras e ou expulsando os pequenos produtores. (Diga-se de passagem, viajando por este estado, onde não se vê canavial, se vê eucaliptal). Com a monocultura vem à mecanização e, por conseguinte, o desemprego, a fome e a miséria.
Tempos atrás, não muito tempo ao ponto de esquecermos, no outro extremo do estado, Vale do Paraíba, mais precisamente na cidade de São José dos Campos, onde havia uma ocupação de trabalhadores sem teto, que residiam, trabalhavam, estudavam, enfim, onde viviam aproximadamente mais de 8 mil pessoas, por mais de 8 anos, num terreno que ninguém explica como foi adquirido, que é massa falida da empresa Selecta, do megaespeculador Naji Nahras, foram todos retirados pela polícia, do Sr. Governador Geraldo Alckmin - aquele bom moço, quase beato - com todo o aparato bélico de que dispõe e jogados na rua.
Diante do tratamento dado aos fazendeiros do Pontal e aos trabalhadores sem teto do Pinheirinho lembro-me do grande poeta latino-americano P. Neruda, em sua obra “Confesso que vivi”, na passagem que diz: “É a aplicação classista das leis elaboradas pela classe dominante”.


EDERALDO BATISTA
é professor de História

quinta-feira, 1 de março de 2012

PSOL – GUARULHOS apresenta seu pré-candidato a prefeito.



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) realizou no sábado 25 Encontro Municipal para debater os eixos programáticos para as eleições 2012 e apre4sentações das futuras candidaturas para a câmara e executivo municipal.

O debate sobre o programa versou sobre as propostas para as diversas áreas: saúde, moradia, transporte, educação, meio ambiente, funcionalismo, cultura, esporte entre outras. E foi apontado um calendário de debates para elaboração do programa eleitoral 2012.

No outro ponto, para o executivo municipal foi indicada a pré-candidatura do professor Ederaldo Batista, 47, atuante nas lutas sociais da cidade desde os anos 80. Hoje é diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, ocupando o cargo de secretário de Administração Adjunto, gestão 2011-14. Ederaldo Batista é também Secretário de finanças do Diretório Estadual do PSOL – SP.

Foram também apresentadas 38 pré-candidaturas para vereança, um quadro bem maior em relação às eleições de 2008. O partido trabalha para completar a chapa e avalia que pode fazer o cociente eleitoral conseguindo assim a vaga na Câmara Municipal.

O Encontro reafirmou a deliberação do Congresso Municipal de empenhar esforços para a constituição da frente de Esquerda na cidade, ou seja, buscar a aliança com os partidos de esquerda PSTU e PCB. As negociações estão a cargo da executiva municipal e envolverá a finalização de um programa conjunto bem como a vaga de vice na chapa majoritária.

Veja a seguir a íntegra do discurso proferido por Ederaldo Batista quando da sua indicação:




           Presidente Municipal do PSOL Guarulhos, companheiro ANSELMO PIRES;
            Membros da Direção Nacional do PSOL, companheiro LEANDRO RECIFE e Paulo Neves;
           Militantes e filiados do Partido Socialismo e Liberdade;
            Militantes e ativistas dos movimentos sociais;
            Meus familiares, amigos e convidados para esta atividade.

ABRAÇO CADA UM DE VOCES FRATERNALMENTE

            Primeiramente, quero falar para os companheiros (as) que como eu terão a tarefa de representar o PSOL em Guarulhos quando das eleições municipais. Vivemos um momento de profunda crise do sistema capitalista, de grandes ofensivas dos governos contra os direitos dos trabalhadores para socorrer o capital, por um lado, e por outro, de grandes explosões de massas nas ruas resistindo a esses ataques, como temos visto no norte da África, Oriente Médio, Europa, América do Norte, América do Sul.

            Aqui no Brasil não é diferente. Diversas categorias têm lutado e resistido, só pra citar algumas, vejamos: construção civil (Jirau), professores (17 estados), bombeiros (RJ), estudantes (USP, CE), servidores federais, policiais (BA)... Nossa tarefa é contribuir efetivamente na organização de nossa classe neste momento de fortes ataques.
            Segundo, por pesada que seja nossa tarefa temos a vantagem de poder contar com cada um deste plenário. Cada mulher, homem e jovem aqui presente estarão ombro a ombro conosco nesta empreitada. E não abriremos mão de nenhum, pois nosso inimigo é forte e nosso objetivo é grande.

            Certa vez um grande líder disse: “Eu tenho um sonho”. E posteriormente um poeta completou: “Sonho que se sonha só é só um sonho, mas sonho que se sonha juntos é realidade”.

            Diante desse plenário tenho a certeza de que não sonho sozinho e de que nossos sonhos virarão realidade.
            Um grande estadista caribenho disse em uma ocasião que 70 milhões de crianças iriam dormir naquela noite na rua, mas nenhuma delas era em seu país. Um dia afirmaremos isso também. Construiremos uma sociedade onde nossas crianças terão garantido  todos os seus direitos, como por exemplo o acesso a educação pública de qualidade, desde o zero ano até a universidade.

            Nossos jovens, não estarão mais a mercê das drogas e do tráfico, pois terão acesso à cultura, ao esporte, ao lazer com mobilidade através do passe livre, podendo assim se desenvolver com princípios de justiça, igualdade e solidariedade.        
           Nosso sonho aponta para uma nova sociedade onde os idosos, aqueles que após terem dedicado sua vida ao trabalho, não se tornem um fardo, pelo contrário, tenham sim a proteção assegurada, desde sua saúde até o seu lazer.

            Não veremos mais Pinheirinho, Favela Moinho ou Lavras e tantos outros exemplos, pois o direito a moradia estará acima dos interesses individuais. A especulação imobiliária será aniquilada.

            Construiremos uma nova relação com a natureza, na qual em vez de retirarmos todos os recursos dela para gerar lucros para poucos, olharemos para ela reconhecendo que somos parte dela, que devemos respeitar, preservar para não termos que assistir pessoas sendo soterradas, tendo suas casas levadas pelas enchentes e outras catástrofes que não são naturais. Enfim, que possamos viver hoje com mais qualidade e que as gerações futuras não tenham que pagar pelo nosso descaso.
            Não haverá mais corruptos e nem corruptores, pois estes estarão presos e seus bens confiscados. O combate àqueles que roubam o Estado será constante e implacável. Mensalões, Sanguessugas, Segundo Tempo, Dantas, Lalaus não serão estações do ano, passa uma e vem  outra.

            O direito da mulher será preservado e o machismo combatido. Não mais uma prática que sai de dentro de casa e alimenta a mídia nos telejornais sensacionalistas.

            Ninguém sofrerá discriminação ou preconceito por conta da sua etnia. A igualdade racial é também uma tarefa para nós que queremos uma nova sociedade.

             Não assistiremos mais pessoas serem espancadas por conta da sua orientação sexual. O combate à homofobia faz parte da nossa pauta.


            Os portadores de necessidades especiais terão a mais ampla proteção das políticas públicas: acessibilidade, mobilidade... e tudo o mais que reivindicam.
            Meus companheiros (as) o capitalismo já provou que não responderá ao conjunto das necessidades humanas. Que sua lógica perversa, baseada somente no lucro vai levar a destruição da natureza e, por conseguinte, da humanidade.

            A classe trabalhadora, produtora de toda a riqueza que existe não aceita sua condição de explorada e oprimida.
            O nosso sonho está em nossas mãos: destruir o opressor e libertar para sempre o oprimido. É o ideal pela qual eu vivo e que espero alcançar. Mas, se necessário for, é o ideal pelo qual estou preparado para morrer, parafraseando figura impar na luta contra o apartheid.

           Disputaremos corações e mentes, convocando os trabalhadores e trabalhadoras para o exército do povo, afirmando que a utopia ainda está por realizar e que ninguém vai fazer por nós.


UM FORTE ABRAÇO,
ATÉ A VITÓRIA.